Carta ao SENHOR DO UNIVERSO

9 de Fevereiro de 2015 4 Por JORGE Baldez

                   DEUS, durante longo tempo tenho observado o mundo onde vivemos, e devo te confessar que, realmente, a tua esmerada criação ficou verdadeiramente maravilhosa: o céu, a lua, o sol, os oceanos gigantescos, a chuva, o ar, o vento, as nuvens!…
O verde maravilhoso das florestas com uma infinidade de árvores, que não foram plantadas pelas mãos humanas; as flores com aromas diversos e coloridos dignos do teu pincel criador. E os pássaros! Ah!… estes são diversificados em cantos e cores, ornamentando matas, montanhas e jardins. Os animais, SENHOR, são tantos que nem me atrevo a descrevê-los com características mil e habitats diferenciados. Isso sem citar o mundo dos pequeninos, os minúsculos e até os microscópicos!…
Olhando as estrelas e vislumbrando as constelações, imaginamos as galáxias nas profundidades cósmicas, contrastando com os abismos oceânicos – inexpugnáveis e inextinguíveis…
Outro dia SENHOR, eu estava viajando de avião, a manhã ia se aproximando, os primeiros raios do sol começavam a espantar a escuridão da noite. Resolvi, então, dar uma olhadinha através da janela; a princípio não percebi, estava sonolento, mas, esfreguei os olhos, espantando o sono, e vi a beleza da tua pintura, a majestade da tua arte divina(me desculpe te tratar na segunda pessoa, mas já converso contigo há anos: todas as manhãs e à noite quando o sono, não me rouba a lucidez, que imagino alguma intimidade!). Meu DEUS! – exclamei em voz alta e preocupei a passageira ao meu lado. Ela ficou assustada – O que foi? Alguma coisa errada? O que você viu? Um ET? – Não, respondi tranquilizando-a, antes que ela começasse a gritar – é DEUS, disse a ela… Você está vendo DEUS? Sim, – dê uma olhada pela janela – Ela fez um pequeno esforço para desencostar-se da poltrona, eu recuei um pouco, então, ela olhou exclamando em seguida – meu DEUS! – tínhamos acabado de vê-LO, através daquele quadro gigantesco, que somente ELE, um ESTETA DIVINO poderia pintar: um tapete de nuvens com inúmeras formações, que enriqueciam a nossa vã imaginação, ora agigantando-se, ora distanciando-se, ora desenhando um castelo, um animal, um rei, um golfinho, enfim um desfile da sua criação; e, lá ao longe e talvez tão perto – ele – o sol, dando o seu bom dia, raiando cor de ouro, belo e majestoso, fazendo aquele contraste de amarelo-ouro e branco na gigantesca tela de fundo azul – capaz de deslumbrar o mais embrutecido dos seres chamados racionais; sensibilizar, às lágrimas, o mais incrédulo dos seres humanos; espargindo seus primeiros raios ao alvorecer daquela manhã.
Mais um dia em nossas vidas, mas quantos entre os milhões que somos acordarão te agradecendo por mais este dia? – por essa visão maravilhosa que estávamos presenciando…, sinceramente, tomei a liberdade de agradecer por todos os meus irmãos de jornada aqui no maravilhoso planeta azul…
Recostei-me na poltrona, cerrei os olhos como se fosse dormir, mas realmente, querendo enganar a mim mesmo, buscava disfarçar os meus próprios sentimentos, e, na impossibilidade de fazê-lo, um turbilhão de emoções envolveu-me, convulsionando o meu corpo suavemente e inundando os meus olhos de lágrimas – lágrimas de agradecimento, que deslizaram na minha face banhando a barba encanecida pelo tempo; expressando a satisfação do meu mundo íntimo, que sorria; da minha alma, que exultava de alegria e reconhecimento ao Criador Senhor do Universo.
Foi uma reflexão tão profunda que pensei no meu ingresso nesta vida, a partir da união da célula masculina à feminina, formando a célula ovo, com sua rápida e prodigiosa multiplicação até o meu primeiro grito de recém-nascido, anunciando ao Criador o recomeço de uma nova vida. Não deixei passar em branco o momento da minha morte, ligando-me aos vermes que corroerão o meu corpo; ou, às cinzas finais da incineração; e, certamente, às estrelas após a minha libertação.
“O panorama da natureza é o poema de louvor ao Criador, a mais insofismável prova da SUA existência e do SEU amor para conosco. Não compreendo como possam existir descrentes e ateus, quando tudo nos fala de DEUS e testemunha SUA paternidade na Criação. Vivemos eternamente em atmosfera divina, gozando de vibrações expandidas pelo amor divino, participando de dons da própria Divindade, pois que criados por ELA, somos essência SUA e, portanto, divinos também!” (1).
Bibliografia:
(1)  – Ressurreição e Vida – Yvonne Amaral Pereira pelo Espírito Léon Tolstoi.