Aids – O Enfoque Espírita

2 de Dezembro de 2012 10 Por JORGE Baldez

           In memoriam
Artigo publicado no Jornal Espírita – Renovação – 1995
Autor: Geraldo Marques Lacerda
Médico – *1956 -*2005

           O século XX passará para a história como o da liberdade sexual total e do surgimento da mais avassaladora epidemia dos tempos modernos, a AIDS ou SIDA(Síndrome de Imunodeficiência Adquirida), que ocupa ameaçadoramente cada vez mais espaço no mundo, apesar de todos os esforços desenvolvidos para detê-la.
A AIDS não elege ninguém, nem homens, nem mulheres, nem crianças e avança num ritmo acelerado. A sua transmissão mais comum é por contato sexual(múltiplos parceiros) e o método mais eficaz de evitá-la é o relacionamento monogâmico, que requer compreensão das leis superiores que regem a vida.
Há, também, outra vias de transmissão, sendo que merece destaque o aumento considerável de casos causados pelo uso de seringas e agulhas contaminadas que são compartilhadas pelos usuários de drogas endovenosas que, num mecanismo de fuga, buscam novas e fatais sensações de prazer, desconhecendo a realidade da imortalidade da alma e a responsabilidade assumida perante as leis de Deus.
Em todo o mundo, milhares de indivíduos, anualmente deixam prematuramente a vida física, vitimados pela AIDS, após períodos mais ou menos longos de internações hospitalares, sofrimentos físicos e morais, quase sempre se sentindo abandonados por aqueles de quem deveriam ter recebido todo apoio. Na atualidade, não se pode mais falar em grupos de risco, mas sim comportamentos de risco. Isto é um sinal de alerta para os mais incautos.
A Doutrina Espírita expõe normas gerais de comportamentos apoiados no Evangelho, que considera um Código de Ética Universal, em vez de tantos regulamentos, a vida por intermédio de regras, proibições e fórmulas transitórias. Quem tentou isto no passado fracassou. A vida é dinâmica, em constante evolução. Tudo ao nosso redor tem se passado rapidamente, com profundas transformações sociais, políticas e econômicas, mudanças de costumes e estruturas até então consolidadas e reformulação de teorias e conceitos.
A grande maioria dos indivíduos tem dificuldades para compreender com clareza e acompanhar com equilíbrio essas mudanças. Em relação à sexualidade, essa “miopia coletiva” é alarmante. No passado, o sexo era visto como um “tabu”, e, como tal era reprimido, criando traumas e infelicidades que até hoje repercutem no seio das famílias. Na atualidade, desvirtuado de suas finalidades e responsabilidades, o sexo converteu-se em mercadoria que se vende em embalagens atraentes, criando nos indivíduos uma fixação mental obsessiva.
O objetivo prioritário da sexualidade é a procriação, proporcionando oportunidades de reencarnação aos espíritos que necessitam passar pelo processo. Esta lei estabeleceu que o prazer é útil e necessário, mas que o seu abuso acarretará consequências desastrosas para os envolvidos. De acordo com 0 Evangelho “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Temos o livre arbítrio, mas respondemos pelos atos praticados.
Num mundo indiferente às qualidades individuais, necessitando de compreensão, de tolerância, de solidariedade e envolvido por uma atmosfera psíquica de baixas vibrações espirituais provocada pelos desregramentos, pela ignorância e pelos pensamentos negativos, cria o ambiente propício para a manifestação de diversas enfermidades( AIDS etc…), que colhe em suas teias todos aqueles que têm afinidade com os baixos teores de sua vibração e que estão envolvidos em dívidas cármicas, por atos praticados num passado próximo ou longínquo. No dizer do Dr. Luís Carlos Formiga, a “AIDS é mais uma severa advertência microbiológica à nossa promiscuidade psíquica e sexual”.