ACORDOU, BRASIL?

25 de Agosto de 2013 1 Por JORGE Baldez

                          Eu e meus famliares, parentes, amigos, enfim, o povo brasileiro viveu momentos de tranquilidade no início do Plano Real – trabalhamos, ganhamos e investimos… Eu e a minha esposa – um casal de médicos, conseguimos comprar o nosso primeiro e único apartamento, depois de quase vinte anos de formados.
Foi um belo e maravilhoso sonho com realizações para todas as classes! E quero deixar claro que não estou fazendo apologia partidária, não mesmo. Não sou. Nunca fui e jamais serei filiado a qualquer partido político. Também, não tenho um só amigo ou conhecido político. Estudei desde o primeiro ano ginasial, científico e todo o curso de medicina com Sebastião Santiago de Albuquerque, vereador com vários mandatos. Era meu amigo. Hoje, não sei se ainda devo classificá-lo como tal…, mas, certamente consigo dar-lhe um apertado e afetuoso abraço em nome de uma amizade que partilhamos durante os momentos mais decisivos das nossas vidas – treze anos, até recebermos o nosso almejado diploma de médico.
Tudo ia razoavelmente bem quando a maioria do povo brasileiro decidiu mudar – dar crédito a um homem, a princípio identificado com o povo, de origem pobre e com um discurso populista que encantou a todos, ou melhor a quase todos… Sim, meus queridos cidadãos brsileiros, após os oito longos e sofridos anos de profundas decepções chegamos a uma triste conclusão: caímos em uma grande e perigosa armadilha. Uma teia urdida na mentira, na corrupção, no mensalão e outros tantos que me falta ânimo até para mencionar. Pior ainda: a aranha não só teceu a teia da farsa, da empáfia como ainda legou-nos a sua pérfida e profundamente maldosa continuidade, com a “aranha-rainha” que, juntamente com o aracnídeo que a antecedeu,planejam todos os golpes, todas as bolsas.
Não existem decisões sem passar por estas duas cabeças e a execução por inúmeros aracnídeos ávidos em se perpetuar no poder, mesmo que para tal tenha que colocar os dólares na cueca ou… onde a imaginação pode chegar.
Trata-se de uma quadrilha tão perfeita que tenho absoluta certeza que vencerá quaisquer concursos nos arraias deste imenso brasiles. Ele, o noivo. Ela, a noiva. E Zé Desceu, o padre casamenteiro.
Tranformaram, com as suas teias pegajosas e sujas, o cidadão, em algo, em coisa, acho que a era das aranhas promoveu a coisificação da maioria do povo brasileiro. Coisificar o cidadão é tirar-lhe a possibilidade de alfabetização, impedir-lhe de cultivar a inteligência ou mesmo a capacidade e vontade de pensar; é despir-lhe cada vez mais da vestimenta mais nobre que um homem pode ter – a educação; é amputar-lhe a dignidade de ser cidadão que se nutre com oproduto do seu trabalho; é transformá-lo em um objeto descartável, reutilizado a cada eleição. Aliás, passou-me, neste momento, que a palavra mais adequada não seja coisificação, mas “bolsificação”. Que tal? É, achei muito interessante e você, o que acha? Coisificação ou Bolsificação? Qual das duas expressam o melhor sentido?
Como se não bastasse, “aranha-rainha” e o “aranha-rouco” queriam também coisificar o judiciário com a PEC 37, mas o Brasil acordou a tempo… que bom! Santa esperança.
Estufamos o peito o coração bateu forte e a voz do povo vibrou num só canto:
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante
Finalmente, o nosso querido e amado povo brasileiro acordou e expressou nas ruas, nas avenidas, nas praças públicas o orgulho de ser brasileiro:
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza
Afinal: Não estamos mais deitados eternamente em berço esplendido.
Verás que um filho teu não foge a luta,
Nem teme quem te adora, a própria morte
E como nas grandes reivindicações históricas, em todos os protestos populares – existem conflitos, mas no final um novo dia nascerá e o sol voltará mais brilhante e o ar mais puro – porque as pessoas lutaram por seus ideais, por seus valores, porque vale a pena lutar por um dia melhor.
Prá frente – Pátria amada,
Brasil.