Médium, Mediunidade e Obsessão IV

17 de Julho de 2014 3 Por JORGE Baldez

              Nós estamos em uma fase da vida planetária, que não é mais possível continuar ignorando ou simplesmente duvidando da notória comunicabilidade entre encarnados e desencarnados; entre a dimensão espiritual e o nosso mundo material.
É impossível que com 13,8 bilhões de anos – a idade do Universo mapeado pelo satélite europeu Planck. O planeta Terra com 4,54 bilhões de anos e uma população de 7,046 bilhões, ainda expressamos tanta incredulidade; não fomos capazes de encontrar o caminho ou definir a nossa rota na bússola da vida; não sabemos o porquê e para que vivemos. De onde viemos. E o enigma do mistério da vida? – pois os cientistas não sabem explicar o xis da questão, ou seja, como nasceu de uma sopa primordial, o primeiro ser.
Não acreditamos na vida espiritual, mas lidamos com muita experiência e sem questionamentos com o mundo virtual… Também, acreditamos na Física Quântica: onde nada faz sentido – porque no mundo das partículas, uma coisa pode ser duas, todas, tudo ao mesmo tempo. Também acreditamos, sem questionamentos, que segundo a mecânica quântica, há uma chance, embora pequena de sua mão atravessar uma parede…
É ou não é? – Ser ou não ser? – Para crer temos de nos despir da lógica do dia a dia, pois nesse mundo do minúsculo do muito pequeno tudo é completamente diferente; pois as coisas são e não são. Ao mesmo tempo.
E o mistério continua. Embora os cientistas já saibam que todas as formas vivas que conhecemos são feitas a partir dos aminoácidos. Então, é só misturar alguns ingredientes que façam surgir aminoácidos e bingo!…
Em 1922, Alexander Oparin, natural da Rússia disse que de uma atmosfera terrestre primitiva poderia formar-se a mistura inicial para surgimento de atividade biológica, ou seja, de vida. E sugeriu que essa “receita da origem da vida” seria composta por metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água.
Demorou, mas a ideia de Oparin foi posta à prova em 1952, por Stanley Miller e Harold Urey, na Universidade de Chicago. Eles misturaram os quatro gases citados pelo cientista russo e os submeteram a descargas elétricas, como se fossem raios, em um ambiente fechado. Após duas semanas, o experimento produziu uma porção de moléculas complexas, entre elas uma série de aminoácidos. O mistério estava aparentemente solucionado. E agora, tudo resolvido? Será que finalmente os cientistas vão conseguir responder a inquietante pergunta que nos atormenta há muitos anos – Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Como surgiu o primeiro ser vivo?
Infelizmente, não deu tempo, Stanley Urey morreu em 1981 e H. Miller, em 2007. Bem, outros cientistas tentaram, mas não houve um grande progresso desde o famoso experimento de Urey e Miller…
E o que isso tem a ver com o tema em questão? – Calma!… Eu também estou bolando uma “sopinha de eventos” para despertar a nossa mente, algo que possa nos predispor a crer nos Espíritos, e nos seus mais variados níveis de consciência, na vida após a morte e todo o conteúdo da Doutrina Espírita, que nos esclarece e conforta.
Mas retorno à questão da obsessão. Finalmente, o que é obsessão? É bom lembrar que Allan Kardec inicia o capítulo XXIII do Livro dos Médiuns, intitulado Da Obsessão dizendo: “Entre os escolhos que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque na primeira linha a obsessão.” Assim, obsessão segundo o Livro dos Médiuns é a influência maléfica e persistente que os espíritos, tão ou mais atrasados do que nós, podem exercer sobre nossa vida mental e nossa conduta. É a insistência de um Espírito mau ou ignorante sobre determinada pessoa, transmitindo-lhe constantemente ideias negativas, estimulando vícios, perseguindo-a.
No capítulo XIV, item 45 em A Gênese – Obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.  A obsessão simples dá-se quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se intromete nas comunicações que ele recebe e o impede de se comunicar com os outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados.
Ninguém está obsidiado pelo simples fato de ser enganado por um Espírito mentiroso. O melhor médium pode estar exposto a isso, sobretudo no começo da prática mediúnica, quando ainda lhe falta experiência necessária. Pose-se, pois, ser enganado, sem estar obsidiado.
A obsessão consiste na ação persistente, contínua do Espírito sobre a pessoa na qual ele deseja fazer mal. Na obsessão simples, o médium sabe muito bem que se acha sob a ação de um Espírito mentiroso.
A obsessão por fascinação é uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium, que lhe embota o raciocínio. O mais grave é que o médium fascinado não acredita que o estejam enganando – o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de todos. A ilusão pode mesmo ir até ao cúmulo de o médium achar sublime a linguagem mais ridícula.
Allan Kardec alerta os médiuns quanto ao cuidado que se deve ter no terreno escorregadio da mediunidade. Em o Livro dos médiuns aparece a famosa advertência do Espírito Erasto: “É preferível rejeitar noventa e nove verdades a admitir uma só mentira.”
Quando o Espírito obsessor (fascinador) percebe, que no grupo mediúnico, onde o médium exerce a sua mediunidade, há crítica construtiva, e examina-se com seriedade, dentro do contexto doutrinário o conteúdo das comunicações, imediatamente, o Espírito obsessor sugere ao médium, que se afaste daquele grupo. Aí a obsessão por fascinação alcançou o se clímax, o seu perverso e danoso objetivo, pois o obsessor envolve o médium com elogios e começa a transmitir através dele revelações absurdas e ridículas, assinando-as com nomes de famosos vultos históricos. É mistificação pura…
No caso da obsessão por subjugação, há um verdadeiro domínio que o Espírito exerce sobre o médium. É a etapa final do processo degenerativo das obsessões. É o caso mais extremo da obsessão, chegando ao ponto de determinar verdadeira aberração às faculdades mentais do obsidiado com completo domínio físico, mental e moral. Corresponde às possessões, que constam nos relatos bíblicos. ( Ler artigo Médium, Mediunidade e Obsessão II).
Bibliografia:
1- Livro dos Médiuns – Allan Kardec.
2- Super Interessante – Universo – O Início, O Fim e o Meio.