Reflexão Teológica III

1 de Novembro de 2015 2 Por JORGE Baldez

             Deus existe? — vamos continuar com a nossa reflexão. Relembro que estávamos citando a afirmação de Einstein: a matéria é energia quando concluímos Reflexão teológica II.
Albert Einstein confirma sua crença em Deus quando diz à comunidade científica que: “Deus não joga dados com o universo.” O que ele queria dizer com esta frase? — De modo simples e compreensão inquestionável, deixa claro que a vida, em sua manifestação tanto micro, quanto macroscópica, não é a resultante de uma casualidade, mas obedece a uma causa inteligente, racional, harmônica e equilibrada.
Recentemente, o físico Amit Goswami, Ph.D. em física quântica em seu livro O Universo Autoconsciente, demonstra matematicamente que Deus é a consciência cósmica do universo e, que, sem a existência de um planejamento superior, fruto da manifestação divina, o universo seria inconsciente.
Então, o que muitos cientistas pesquisam atualmente é um link — um ponto de união entre a Física Quântica e a Espiritualidade, buscando a definição inconteste de que a inexistência de Deus é absolutamente, improvável.
A partir do momento que concluímos viver em um universo essencialmente não físico, mergulhados em um mar de energia, que os cientistas começaram a valorizar o sutil. Atualmente, com a concepção do mundo virtual fica mais fácil compreender a dimensão espiritual e, assim, nos aproximamos de Deus.
Permita-me, caro leitor, nesse ponto de nossa reflexão, relembrar a palavra paradigma. Em ciência, paradigma refere-se à teoria geral dominante, que significa um conjunto de leis que regulam os acontecimentos observáveis. À medida que novos fenômenos vão sendo observados, os paradigmas tradicionais vigentes são chamados a explicá-los.
Quando um considerável número de fenômenos permanece sem explicação, pelos modelos conceituais científicos atuais, aí estamos às vésperas de uma revolução científica, pois o paradigma vigente não consegue explicar os novos fenômenos. Estamos agora necessitando de novas pesquisas capazes de explicar esses fenômenos, para os quais os modelos científicos atuais tornaram-se impotentes… É a mudança de paradigma.
Ora, nós já sabemos que durante muito tempo reinou na física o paradigma clássico mecanicista de Newton, ou seja: a ideia de um universo-máquina, que norteou o mundo científico durante quase 300 anos, sem deixar nenhuma abertura para qualquer concepção espiritualista.
Surgiram, no entanto, novos fenômenos, novos fatos no campo da ciência, que não puderam ser explicados pela física newtoniana. Por exemplo: a influência dos pensamentos e emoções sobre as células; a percepção extrassensorial; a cura pela mente; o poder das orações; a teoria da relatividade; a física quântica; a experiência de quase morte…
Todos os exemplos citados necessitam de um modelo científico diferente – um novo paradigma para esclarecê-los; que inclua todos os fenômenos dentro de uma teoria mais abrangente sobre o funcionamento do universo.
Resta questionar, então: por que o paradigma da ciência clássica de Newton não explica esses novos fenômenos? Não explica, porque o paradigma da ciência clássica era o estudo do concreto, do palpável, do que é visto, do que é medido. Mais: o que é medido é fruto dos nossos sentidos. E os nossos sentidos nos ilusionam, porque são limitados, circunscritos. Se depender dos nossos sentidos a Terra não gira; é o Sol que nasce e se põe. A Terra está parada o Sol é que está girando…
Tudo que nós vemos na natureza pode ser uma visão mais grosseira daquilo que nós não vemos na natureza – é um conceito da Física Quântica. Portanto, o paradigma da ciência atual, moderna, não é mais o estudo do concreto, do visível — é o estudo do essencial, do invisível, porque o essencial é invisível aos nossos olhos.
Esse modelo novo da Ciência, que estuda o invisível e o essencial, o substrato, e não a forma, estuda o nâo-físico — é o paradigma da Ciência Moderna. Portanto, o paradigma que move a Ciência Moderna é o paradigma  da Espiritualidade que alcança a outra dimensão fora do campo visual.
A nossa mente e consciência estão além dos nossos sentidos físicos, além das dimensões humanas. É nessa outra dimensão, que a ciência vai encontrar um novo caminho – um novo norte,  que lhe permitirá um entendimento maior de Deus, até  o dia do encontro real, absoluto.
Em 1964 o físico britânico Peter Higgs fez uma previsão da existência de uma partícula, inicialmente chamada de Bóson de Higgs. Cerca de quase 50 anos após, os cientistas descobriram fortes indícios da existência dessa partícula através do Grande Colisor de Hádrons (LHC) na Suíça. Tal partícula, no interior do átomo é capaz de criar massa, portanto, fundamental e decisiva para a vida como conhecemos em nosso mundo físico. Por isso, foi chamada também de a “partícula de Deus.”
Convido agora o(a) amigo(a) leitor(a) para degustar uma sábia sobremesa: segundo o hinduísmo, somente aquilo que é imutável e eterno pode ser considerado real, pois todo o resto, que tem princípio e fim, está sujeito a mudanças e é chamado “maia.” A partir dessa linha de pensamento, não há como não se lembrar do conceito de Deus, que admite o Criador, ou a causa primária e origem de todas as coisas, como a verdade e a realidade, guardando toda a semelhança com o pensamento cristão mais puro. Tudo aquilo que foi cocriado é temporário, pois eterno é apenas o que foi criado por ELE. (1)
Referências:
(1) – Da Alma ao Corpo Físico. Décio Iandoli Junior.