A Equação de Deus

28 de Março de 2024 Não Por JORGE Baldez

    Muitos dos nossos sonhos, enquanto desfrutamos as nossas vidas aqui no planeta azul, não se concretizam, apesar dos esforços hercúleos no dia a dia durante toda jornada. Encerramos um ciclo a convite da morte, despimo-nos da vestimenta material e iniciamos uma nova vida, agora espiritual, deixando quase sempre uma obra inacabada…
No dia 18 de abril de 1955, dia do falecimento do famoso e carismático cientista Albert Einstein deixou em cima da sua mesa um caderno que continha um grande sonho, sua inacabada teoria de tudo, como ele chamava a teoria do campo unificado. Almejava, assim,  encontrar uma equação, que lhe permitisse, segundo suas próprias palavras, “ler a mente de Deus”.
Outros cientistas tentaram e deixaram seus sonhos inacabados, também não conseguiram. Um deles foi Freeman Dyson, físico de Princeton, que disse certa vez: “o caminho para a teoria do campo unificado está pavimentado com os cadáveres de tentativas frustradas”.
Muitos físicos, atualmente, acreditam que estamos nos aproximando de uma solução, pesquisando uma teoria como candidata mais promissora – a teoria das cordas, que diz que o universo não é feito de partículas puntiformes, conforme acreditamos, mas de minúsculas cordas vibrantes, onde cada modo de vibração corresponde a uma partícula subatômica.
Isso significa que todas as leis da física podem ser explicadas através dos modos e vibração dessas pequenas cordas. A química, por exemplo, é um conjunto de melodias que podemos tocar¹. Todo mundo tem a sua própria melodia. O universo é uma grande sinfonia. E a mente de Deus, a que Albert Einstein queria ler, é uma música cósmica, uma vibração divina que se espalha pelo espaço-tempo do universo.
Continuamos, assim, com muitas mentes brilhantes acalentado o grande sonho da teoria inacabada de Einstein – uma busca incansável para encontrar essa teoria final e todos os atalhos e becos sem saída bizarros, que certamente compõem um dos capítulos mais estranhos e curiosos da história da física.
Atualmente, a teoria das cordas é a base da maioria das pesquisas conduzidas pelos laboratórios mais avançados do mundo.
Pois bem: e a nossa teoria de tudo? Quais perspectivas e propósitos nos movem nesta jornada? Que propósitos fazem parte dos nossos sonhos?
Qual foi o propósito do advogado indiano Mahatma Gandhi? — Libertar a Índia do domínio Inglês, empregando os princípios da desobediência civil não violenta, além de combater a pobreza, ampliar os direitos das mulheres, eliminar as injustiças do sistema de castas.
Qual foi o propósito do educador francês Hippolite Léon Denizard Rivail? — Com o pseudônimo de Allan Kardec, tornou-se responsável por popularizar o espiritismo – o codificador dos seus princípios e fundamentos com a finalidade de reeducar e regenerar a humanidade – um código de moral universal, sem distinção de cultos.
Código de moral baseado na moral do Cristo, que se fundamentava na natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina de sua missão.
Jesus veio ao mundo ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no Reino dos Céus; ensinar-lhes o caminho que conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus.
O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais sublime: a moral evangélica, cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo, criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Uma moral, enfim, que deve transformar a terra, fazê-la morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam².
E a missão de Jesus? Sua mensagem já reuniu todos os homens como irmãos? ELE desceu dos esplendores celestiais para habitar na atmosfera obscura e pestilenta do planeta num gesto grandioso de renúncia; apagou a SUA LUZ para que a nossa pudesse um dia brilhar; ensinou que o CRIADOR – Deus é o nosso PAI Amoroso e Bom, portanto, somos seus filhos, a humanidade é uma grande família e, por conseguinte, somos todos irmãos.
Jesus enfrentou a tradição quase impenetrável, que acreditava em um deus irascível, racista, fiscalizador, vingativo, capaz de parar o sol para beneficiar o povo eleito.
O sol parou, e a lua se deteve, até a nação vingar-se dos seus inimigos. Isto está escrito no livro de Jasar. O sol parou no meio do céu e por quase um dia inteiro não se pôs. Nunca antes, nem depois, houve um dia como aquele quando o Senhor atendeu ao pedido de um homem. Sem dúvida, o Senhor lutava por Israel! Josué 10: 13-14 NVI³.
E Jesus repetia, repetia aos discípulos: Nosso PAI é bondoso e habita em nós. Deus espera seja lá o que fizerdes e sobretudo nos deu a imortalidade. Não se trata de um reino material, não é algo físico, embora seja a realidade das realidades.
Jesus estava ali para despertar o mundo para a Boa Nova. Estamos salvos, porque, sempre estivemos. Deus não é o que dizem, muito menos o que nos vendem. A natureza de Deus é o amor, a única possível!
Não estais sós, nem perdidos. Meu PAI me enviou para remover o véu do medo. Sabeis que sois DELE e a ELE retornareis.
A mensagem e os ensinamentos do Mestre pareciam, naquele momento, uma batalha perdida incapaz de perfurar o escudo de chumbo da tradição e romper as velhas e equivocadas concepções sobre a divindade.
Os séculos se passaram, em verdade mais de 20 e a mensagem do nosso PAI trazida pelo mensageiro celeste, Jesus, ainda está, lentamente, levantando o véu da tradição nos corações, pensamentos, palavras e atitudes dos homens, ainda incapazes de enxergar a verdadeira e única realidade; perderam-se nas ilusões materiais perecíveis do mundo; embrenharam-se na escuridão das lendas, dogmas, templos suntuosos, privilégios e hierarquias dominantes.
Enquanto os físicos continuam a sua saga em busca da equação da teoria do campo unificado, Jesus em nome do nosso PAI trouxe, há mais de 2000 anos, a Equação de Deus, que se escreve em uma só linha como sonhava Einstein e, realmente, não só permite “ler a mente de Deus” e mais: expressar o esplendor e a grandiosidade do amor do Criador de Tudo.
A Equação de Deus: A= f x C², onde A= amor, f= fraternidade e C é a caridade sem interesse.
Referências:
1-A Equação de Deus/Michio Kaku; tradução de Alexandre Cherman. 1ª edição – Rio de Janeiro: Record, 2022.
2-Evangelho segundo o Espiritismo/Allan Kardec; tradução de Herculano Pires. 12ª edição, março de 1996; São Paulo, Edições FEESP.
3-NVI – Nova Versão Internacional.

Obs: Revisão feita por Vera Lúcia Giusti de Sousa. Contato: 99973-4216