A Equação de Deus
Muitos dos nossos sonhos, enquanto desfrutamos as nossas vidas aqui no planeta azul, não se concretizam, apesar dos esforços hercúleos no dia a dia durante toda jornada. Encerramos um ciclo a convite da morte, despimo-nos da vestimenta material e iniciamos uma nova vida, agora espiritual, deixando quase sempre uma obra inacabada…
No dia 18 de abril de 1955, dia do falecimento do famoso e carismático cientista Albert Einstein deixou em cima da sua mesa um caderno que continha um grande sonho, sua inacabada teoria de tudo, como ele chamava a teoria do campo unificado. Almejava, assim, encontrar uma equação, que lhe permitisse, segundo suas próprias palavras, “ler a mente de Deus”.
Outros cientistas tentaram e deixaram seus sonhos inacabados, também não conseguiram. Um deles foi Freeman Dyson, físico de Princeton, que disse certa vez: “o caminho para a teoria do campo unificado está pavimentado com os cadáveres de tentativas frustradas”.
Muitos físicos, atualmente, acreditam que estamos nos aproximando de uma solução, pesquisando uma teoria como candidata mais promissora – a teoria das cordas, que diz que o universo não é feito de partículas puntiformes, conforme acreditamos, mas de minúsculas cordas vibrantes, onde cada modo de vibração corresponde a uma partícula subatômica.
Isso significa que todas as leis da física podem ser explicadas através dos modos e vibração dessas pequenas cordas. A química, por exemplo, é um conjunto de melodias que podemos tocar¹. Todo mundo tem a sua própria melodia. O universo é uma grande sinfonia. E a mente de Deus, a que Albert Einstein queria ler, é uma música cósmica, uma vibração divina que se espalha pelo espaço-tempo do universo.
Continuamos, assim, com muitas mentes brilhantes acalentado o grande sonho da teoria inacabada de Einstein – uma busca incansável para encontrar essa teoria final e todos os atalhos e becos sem saída bizarros, que certamente compõem um dos capítulos mais estranhos e curiosos da história da física.
Atualmente, a teoria das cordas é a base da maioria das pesquisas conduzidas pelos laboratórios mais avançados do mundo.
Pois bem: e a nossa teoria de tudo? Quais perspectivas e propósitos nos movem nesta jornada? Que propósitos fazem parte dos nossos sonhos?
Qual foi o propósito do advogado indiano Mahatma Gandhi? — Libertar a Índia do domínio Inglês, empregando os princípios da desobediência civil não violenta, além de combater a pobreza, ampliar os direitos das mulheres, eliminar as injustiças do sistema de castas.
Qual foi o propósito do educador francês Hippolite Léon Denizard Rivail? — Com o pseudônimo de Allan Kardec, tornou-se responsável por popularizar o espiritismo – o codificador dos seus princípios e fundamentos com a finalidade de reeducar e regenerar a humanidade – um código de moral universal, sem distinção de cultos.
Código de moral baseado na moral do Cristo, que se fundamentava na natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina de sua missão.
Jesus veio ao mundo ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na Terra, mas no Reino dos Céus; ensinar-lhes o caminho que conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus.
O Cristo foi o iniciador da mais pura moral, a mais sublime: a moral evangélica, cristã, que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los fraternos; que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade e o amor do próximo, criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Uma moral, enfim, que deve transformar a terra, fazê-la morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam².
E a missão de Jesus? Sua mensagem já reuniu todos os homens como irmãos? ELE desceu dos esplendores celestiais para habitar na atmosfera obscura e pestilenta do planeta num gesto grandioso de renúncia; apagou a SUA LUZ para que a nossa pudesse um dia brilhar; ensinou que o CRIADOR – Deus é o nosso PAI Amoroso e Bom, portanto, somos seus filhos, a humanidade é uma grande família e, por conseguinte, somos todos irmãos.
Jesus enfrentou a tradição quase impenetrável, que acreditava em um deus irascível, racista, fiscalizador, vingativo, capaz de parar o sol para beneficiar o povo eleito.
O sol parou, e a lua se deteve, até a nação vingar-se dos seus inimigos. Isto está escrito no livro de Jasar. O sol parou no meio do céu e por quase um dia inteiro não se pôs. Nunca antes, nem depois, houve um dia como aquele quando o Senhor atendeu ao pedido de um homem. Sem dúvida, o Senhor lutava por Israel! Josué 10: 13-14 NVI³.
E Jesus repetia, repetia aos discípulos: Nosso PAI é bondoso e habita em nós. Deus espera seja lá o que fizerdes e sobretudo nos deu a imortalidade. Não se trata de um reino material, não é algo físico, embora seja a realidade das realidades.
Jesus estava ali para despertar o mundo para a Boa Nova. Estamos salvos, porque, sempre estivemos. Deus não é o que dizem, muito menos o que nos vendem. A natureza de Deus é o amor, a única possível!
Não estais sós, nem perdidos. Meu PAI me enviou para remover o véu do medo. Sabeis que sois DELE e a ELE retornareis.
A mensagem e os ensinamentos do Mestre pareciam, naquele momento, uma batalha perdida incapaz de perfurar o escudo de chumbo da tradição e romper as velhas e equivocadas concepções sobre a divindade.
Os séculos se passaram, em verdade mais de 20 e a mensagem do nosso PAI trazida pelo mensageiro celeste, Jesus, ainda está, lentamente, levantando o véu da tradição nos corações, pensamentos, palavras e atitudes dos homens, ainda incapazes de enxergar a verdadeira e única realidade; perderam-se nas ilusões materiais perecíveis do mundo; embrenharam-se na escuridão das lendas, dogmas, templos suntuosos, privilégios e hierarquias dominantes.
Enquanto os físicos continuam a sua saga em busca da equação da teoria do campo unificado, Jesus em nome do nosso PAI trouxe, há mais de 2000 anos, a Equação de Deus, que se escreve em uma só linha como sonhava Einstein e, realmente, não só permite “ler a mente de Deus” e mais: expressar o esplendor e a grandiosidade do amor do Criador de Tudo.
A Equação de Deus: A= f x C², onde A= amor, f= fraternidade e C é a caridade sem interesse.
Referências:
1-A Equação de Deus/Michio Kaku; tradução de Alexandre Cherman. 1ª edição – Rio de Janeiro: Record, 2022.
2-Evangelho segundo o Espiritismo/Allan Kardec; tradução de Herculano Pires. 12ª edição, março de 1996; São Paulo, Edições FEESP.
3-NVI – Nova Versão Internacional.
Obs: Revisão feita por Vera Lúcia Giusti de Sousa. Contato: 99973-4216