\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 Os seres humanos, aqui no planeta Terra, no vai e vem do dia a dia, em sua maioria, consagram generosas cotas de energias ao labor que nos recompensam com o ganho material, que prov\u00ea o sustento: moradia, vestu\u00e1rio, alimenta\u00e7\u00e3o, plano de sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o dos filhos, que se somam a tantos outros sup\u00e9rfluos, frutos do mundo tecnol\u00f3gico do momento atual. Destarte, o homem terrestre vive como se somente a roupagem de carne\u00a0 fosse inv\u00f3lucro \u00fanico, a ess\u00eancia, a qual se deve dispensar toda a aten\u00e7\u00e3o e nada mais!…
\nMal cogitamos, apesar de dispensarmos algum tempo aos cultos religiosos nos finais de semana, do conhecimento de nossos infinitos potenciais. Somos criaturas ainda cristalizadas por a\u00e7\u00f5es essencialmente terrenas. Cultuamos o corpo com gin\u00e1sticas e pr\u00e1ticas de esportes, \u00e1vidos de preservar a juventude; a pl\u00e1stica em busca da beleza, na esperan\u00e7a de retardar o envelhecimento, que inexoravelmente aflora em nossa pele. Incontestavelmente, reconhecemos os exerc\u00edcios f\u00edsicos orientados como fontes valiosas de sa\u00fade; as pl\u00e1sticas reparadoras como ben\u00e7\u00e3o na sa\u00fade org\u00e2nica e ps\u00edquica do ser humano, mas, infelizmente nos esquecemos da alma!…
\n“S\u00e3o muito raros ainda, na Terra, os que reconhecem a necessidade de preserva\u00e7\u00e3o das energias ps\u00edquicas para engrandecimento do Esp\u00edrito eterno.” (1) N\u00f3s esquecemos que Jesus ensinou-nos a cultuar a virtude como verdadeiro exerc\u00edcio para alma e pl\u00e1stica real de nossas deformidades. Seguir, aceitar Jesus s\u00e3o express\u00f5es, que significam, apenas, a ades\u00e3o a ELE, verbalmente, e , isso n\u00e3o basta…
\nLembro-me de um fato muito significativo que presenciei, h\u00e1 alguns anos, mais precisamente h\u00e1 36 anos. Eu era estudante do 5\u00ba ano de medicina. Estagiava no Hospital Geral. Em uma manh\u00e3 de domingo, o sol derramava os seus raios sobre a ilha, iluminando-nos, aquecendo-nos para um convite quase irresist\u00edvel a um banho de mar. Encontrava-me examinando pacientes na 1\u00aa enfermaria, quando um grupo de jovens, impecavelmente vestidos, aproximou-se de um paciente que estava ao meu lado. Eram quatro jovens com idades entre 20 a 30 anos – um deles parecia coorden\u00e1-los. Ele apresentou a todos nominalmente, declinou a religi\u00e3o a que pertenciam e leu em alto e bom tom um salmo da B\u00edblia que, devido a minha aliena\u00e7\u00e3o religiosa na \u00e9poca, n\u00e3o consegui identificar – logo a seguir fizeram coment\u00e1rios sobre o salmo. Agora, eu pensei, eles ir\u00e3o embora e, eu poderei concluir a minha tarefa e partirei rumo \u00e0s areias escaldantes das nossas praias. Entretanto, algo inusitado para mim, ainda, ia acontecer – um dos rapazes, aproximou-se do enfermo e entusiasmado como se j\u00e1 soubesse a resposta perguntou-lhe:
\n– Sr. Mariano, o senhor aceita Jesus?
\n-“Se o ‘sinh\u00f4’ t\u00e1 me oferecendo o refrigerante, eu aceito, mas Jesus da religi\u00e3o o ‘sinh\u00f4’ n\u00e3o pode me oferecer, porque ELE \u00e9 de todos n\u00f3s, n\u00e3o pertence a ningu\u00e9m.” Uma resposta simples, s\u00e1bia e profunda, que abala o partidarismo religioso, confronta a f\u00e9 cega e sem racioc\u00ednio.
\nH\u00e1 por todo o planeta, os cultos, as doutrinas mais diversas e quantos analfabetos do Esp\u00edrito! N\u00e3o basta apenas aderir verbalmente, presenciar fen\u00f4menos, fazer proselitismo, doutrinar consci\u00eancias alheias, conquistar aplausos da opini\u00e3o p\u00fablica com atitudes de superf\u00edcie ou oferecer Jesus, como se fosse refrigerante.
\n\u00c9 fundamental compreendermos que todos n\u00f3s, independemente do culto religioso, somos filhos de DEUS, que “o aceitar a Jesus” n\u00e3o se limita somente \u00e0 palavra, mas ao convite que transforma a consci\u00eancia, sensibiliza o cora\u00e7\u00e3o, reeduca os sentimentos, mobilizando, assim, energias novas para o trabalho construtivo, aplicando-os nos servi\u00e7os do bem, que vivificam a solidariedade, a fraternidade, a compaix\u00e3o e a caridade, que \u00e9 o amor em a\u00e7\u00e3o.
\n\u00c9 fundamental entendermos que estamos matriculados na escola benem\u00e9rita da Terra – alunos prim\u00e1rios, onde precisamos aprender a elevar-nos, n\u00e3o o corpo que perece, mas o esp\u00edrito que \u00e9 perene.
\n\u00c9 fundamental conscietizarmo-nos, que a gin\u00e1stica da alma s\u00f3 pode ser realizada na academia do Evangelho de Jesus e que os exerc\u00edcios n\u00e3o duram uma hora alguns dias da semana, mas uma longa e laboriosa jornada de ren\u00fancia e dedica\u00e7\u00e3o aos mais necessitados.
\n\u00c9 fundamental sabermos da nossa responsabilidade perante a vida e que a maior surpresa da morte do corpo f\u00edsico \u00e9 a de nos colocar face a face com a vida espiritual e com a pr\u00f3pria consci\u00eancia.
\nA luta humana na jornada terrena representa um ato no palco das nossas exist\u00eancias – uma nova oportunidade de registrar experi\u00eancias no livro da alma, aproveitando-a com atitudes dignas, pois os nossos passos, em qualquer escola religiosa, devem nos conduzir, sempre e verdadeiramente a Jesus.
\nComo citou o esp\u00edrito Emmanuel em Pedro Leoplodo, no pref\u00e1cio do livro Nosso Lar em 3 de outubro de 1943, atrav\u00e9s da mediunidade aben\u00e7oada de Francisco – Chico Xavier: ” Em nosso campo doutrin\u00e1rio, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas, muito mais, de Espiritualidade.
\nMuita Paz.<\/p>\n

1- Nosso Lar – pelo Esp\u00edrito Andr\u00e9 Luis – Francisco C. Xavier.<\/p>\n

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