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\nA humanidade de hoje com toda a tecnologia – as conquistas da ci\u00eancia: computadores, clonagem, transplantes, a rob\u00f3tica, a nanotecnologia – expressa a era da intelig\u00eancia da criatura humana, entretanto, despida, ainda da argamassa dos bons sentimentos. O homem \u00e9 c\u00e9rebro sem cora\u00e7\u00e3o. “\u00c9 um gigante tecnol\u00f3gico, mas um pigmeu moral” – general norte-americano. \u00c9 a intelig\u00eancia sem amor. \u00c9 um p\u00e1ssaro impossibilitado de al\u00e7ar voo para a plenitude; pois, falta-lhe a asa do sentimento bondade, de ternura, de caridade. Estamos gravitando em torno de n\u00f3s mesmos, das nossas necessidades, do nosso ego\u00edsmo, aprisionados pelo nosso Ego, portanto, distanciados da unidade com Jesus, da unidade com o Criador.
\nA humanidade do futuro dever\u00e1 gravitar para a unidade com a vida, com o pr\u00f3ximo, com a natureza, uma humanidade sem ego\u00edsmo, onde n\u00e3o haver\u00e1 mais o “eu”, mas “n\u00f3s”, n\u00e3o haver\u00e1 mais o “ter”, mas o “ser”, n\u00e3o haver\u00e1 mais o Ego, mas o Superconsciente. Citemos o Mahatma Gandhi, por exemplo: Certa vez, a sua esposa disse-lhe com um misto de revolta e orgulho – Imagine que\u00a0as mulheres me convidaram para lavar as latrinas dos p\u00e1rias! – eu recusei, pois eu sou a esposa de Gandhi. Ele olhou-a com um misto de censura e bondade e lhe disse: mas, exatamente por seres a esposa de Gandhi \u00e9 que deverias ter aceitado ao convite, mas, se voc\u00ea recusa a lavar as latrinas, eu as lavarei – e foi lev\u00e1-las.
\nNesse n\u00edvel de consci\u00eancia da evolu\u00e7\u00e3o da criatura humana, mais valem os exemplos do que as palavras – para l\u00e1 destina-se a humanidade – vai demorar alguns s\u00e9culos, \u00e9 \u00f3bvio, mas todos n\u00f3s vamos alcan\u00e7\u00e1-lo um dia, certamente. Para alcan\u00e7\u00e1-lo s\u00e3o necess\u00e1rios tr\u00eas requisitos fundamentais: Justi\u00e7a, Paz e Fraternidade, que s\u00e3o os advers\u00e1rios imbat\u00edveis da personalidade do homem da atualidade, que se caracteriza pela ignor\u00e2ncia, viol\u00eancia e injusti\u00e7a. Somente depois que superarmos esses arqu\u00e9tipos do nosso primitivismo \u00e9 que deveremos gravitar em torno da unidade com Jesus. E para recordarmos nossos arqu\u00e9tipos prim\u00e1rios basta mergulharmos na grande saga da humanidade ou fazermos uma autocr\u00edtica de nossa conduta nada \u00e9tica e amoral.
\nEstamos no limiar de uma nova era – e, segundo o calend\u00e1rio Maia iniciou-se no dia 21\/12\/2012. Felizmente, n\u00e3o podemos ocultar que estamos no \u00e1pice de um momento catastr\u00f3fico; uma prepara\u00e7\u00e3o para a transi\u00e7\u00e3o planet\u00e1ria – tempos de grande emigra\u00e7\u00e3o dos habitantes do nosso planeta que praticam o mal pelo mal, desprovidos de bons sentimentos, os quais, j\u00e1 n\u00e3o sendo dignos do planeta em plena transforma\u00e7\u00e3o, ser\u00e3o exclu\u00eddos, para n\u00e3o constitu\u00edrem obst\u00e1culo ao progresso. “Substitu\u00ed-los-\u00e3o esp\u00edritos melhores, que far\u00e3o reinar em seu seio a justi\u00e7a, a paz e a fraternidade.” A G\u00eanese, de Allan Kardec. Cap.XVIII – \u00edtens 27 e 28.
\nA hist\u00f3ria da humanidade \u00e9 a pedra fundamental da nossa vida atual. Crescemos atrav\u00e9s dela; quaisquer que sejam os acontecimentos: bons ou maus – sempre extrairemos um quinh\u00e3o de verdade, de amadurecimento, de entendimento, de aprendizagem, que se soma ao longo do tempo e resulta na nossa realidade atual, portanto a hist\u00f3ria n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 o passado, mas o nosso presente burilado pelo cinzel do tempo, das experi\u00eancias e das consci\u00eancias reeducadas pelo processo evolutivo das criaturas humanas. Na verdade, estamos vivendo o presente, que \u00e9 o fruto das nossas experi\u00eancias do passado; construindo o futuro com as viv\u00eancias dos dias atuais, porque o passado, presente e futuro fazem parte de uma mesma realidade.
\nA humanidade passou por um dos momentos de trevas no ano de 410 d.C quando os Visigodos saquearam a cidade de Roma, come\u00e7ando o per\u00edodo medieval: da anarquia, da criminalidade, da ignor\u00e2ncia, do \u00f3dio, da injusti\u00e7a. Nessa \u00e9poca, a criatura humana valia menos que um animal de carga, portanto, cedemos lugar \u00e0 selvageria.
\nMais recentemente, o grande peri\u00f3dico americano Washington Post em colabora\u00e7\u00e3o com a revista Life pesquisou os momentos mais importantes do \u00faltimo mil\u00eanio. \u00c9 fascinante e atormentador sabermos que dos 100(cem) fatos mais not\u00e1veis catalogados por uma equipe de artistas, escritores, fil\u00f3sofos, soci\u00f3logos, psic\u00f3logos – o fato mais marcante e not\u00e1vel do \u00faltimo mil\u00eanio foi a vida de G\u00eangis Khan o grande conquistador mongol que nasceu em 1161 e quando tinha 13 anos reuniu sua tribo e revelou o seu esp\u00edrito guerreiro que iria assinalar a sua trajet\u00f3ria na Terra. “Eu sou o flagelo de Deus, se voc\u00eas n\u00e3o tivessem cometido tantos pecados, Deus n\u00e3o lhes teria mandado uma puni\u00e7\u00e3o como eu.” Palavras de G\u00eangis Khan na mesquita principal de Bucara na Asia Central. G\u00eangis Khan era portador de um sentimento caracterizado pela impiedade, jamais igualada. Por volta de 1211 com 50 anos,reuniu todas as tribos mong\u00f3is e iniciou a saga do maior imp\u00e9rio que a humanidade jamais teve. Ele dizia que a sua grande fa\u00e7anha e a gl\u00f3ria de seu povo era ver as l\u00e1grimas dos seus inimigos; suas esposas e filhas violadas, suas cabe\u00e7as decepadas e suas aldeias incendiadas. Esse era o maior trof\u00e9u que um mongol podia desejar. Quando morreu, o mundo conhecido estava praticamente nas m\u00e3os dos mong\u00f3is – um imp\u00e9rio duas vezes maior que o de Alexandre,\u00a0o grande, e quatro vezes maior que o imp\u00e9rio romano. Era um per\u00edodo de trevas, pois as sombras da viol\u00eancia se espalharam pelo mundo, porque a dinastia Khan instituiu o horror e sofrimento aos povos da sua \u00e9poca. Desse modo, ele representou de maneira cruel e inigual\u00e1vel a era da viol\u00eancia, do \u00f3dio, do terror e da injusti\u00e7a.
\nMuitas pessoas, no entanto, vivem procurando a paz. Equivocadas, buscam-na em lugares onde jamais a encontrar\u00e3o. Iludidas pelo misticismo e pelo imediatismo enclausuram-se em mosteiros, spas, recantos arborizados e sob a orienta\u00e7\u00e3o de gurus, recitam mantras, comem vegetais e meditam; ou viajam para a \u00cdndia, Jerusal\u00e9m, Roma, Uberaba… Ningu\u00e9m pode dar paz a quem tem o recipiente do cora\u00e7\u00e3o repleto de m\u00e1goas, ressentimentos, \u00f3dio e ainda s\u00e3o incapazes de perdoar. Essas pessoas podem ir a qualquer lugar do mundo, mas aonde quer que estejam levar\u00e3o sempre consigo os seus conflitos, os seus problemas, e a paz que julgam encontrar n\u00e3o \u00e9 a paz real, \u00e9 apenas uma ilus\u00e3o. E, como toda ilus\u00e3o, o seu efeito \u00e9 tempor\u00e1rio, \u00e9 passageiro e quando a pessoa desperta se conscientiza que n\u00e3o se tratava de uma paz verdadeira.
\nQuando Chico Xavier manifestou a Emmanuel o seu desejo de psicografar um romance. Ele disse a Chico: voc\u00ea ainda n\u00e3o est\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es, pois falta-lhe paz interior. E Emmanuel explicou-lhe que o processo medi\u00fanico para esse tipo de psicografia exigiria que o m\u00e9dium em desdobramento espiritual presenciasse as cenas do romance como se estivesse assistindo a um filme; ao mesmo tempo que Chico psicografaria ele veria as cenas desenrolando-se como se ele estivesse no passado naquele momento – na realidade, Chico estaria vendo plasmado os pensamentos de Emmanuel. Nessa \u00e9poca, Chico vivia um momento de conflitos e inquieta\u00e7\u00f5es com os in\u00fameros problemas da sua fam\u00edlia. Somente a cerca de quatro anos do seu desejo, conquistou a paz necess\u00e1ria para psicografar os mais ricos e belos romances da hist\u00f3ria do Cristianismo.
\nDisse-nos Jesus: ” O reino de Deus est\u00e1 dentro de n\u00f3s.” E, a\u00ed est\u00e1 a nossa paz, caso cultivemos no dia a dia o comportamenbto \u00e9tico e moral dos SEUS ensinamentos; mas o comportamento anti\u00e9tico e amoral faz aflorar a nossa viol\u00eancia. Jesus sabia da import\u00e2ncia da paz para a criatura humana\u00a0 e ofereceu-nos: “EU vos dou a minha paz como somente EU posso dar.” Significa que a paz de Jesus \u00e9 a do mundo interior; dos valores \u00e9tico-morais e comportamentais; n\u00e3o resultam das conquistas\u00a0 materiais.
\nO Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) traz uma mensagem redentora para a humanidade porque \u00e9 um poema de paz; \u00e9 um tratado de paz e espiritualidade. Os Esp\u00edritos superiores nos legaram o esclarecimento, porque trouxeram um manancial de informa\u00e7\u00f5es sobre as m\u00e1ximas de Jesus – das par\u00e1bolas – dos ensinamentos simb\u00f3licos.
\nO ESE exalta o amai-vos uns aos outros, o poder da paz e da n\u00e3o viol\u00eancia, fazendo-nos enxergar e compreender melhor os ensinamentos de Jesus. As m\u00e1ximas do ESE s\u00e3o um convite para a constru\u00e7\u00e3o da paz interior, da paz de esp\u00edrito. Faz-nos compreender os sofrimentos e as dificuldades dos outros como nossos tamb\u00e9m – \u00e9 a compaix\u00e3o florescendo em n\u00f3s. Jesus sempre ensinou-nos a n\u00e3o viol\u00eancia, a n\u00e3o oferecer resist\u00eancia, pois a resist\u00eancia ao agressor o tornar\u00e1 mais violento.
\nUm campe\u00e3o de artes marciais \u00e9 capaz de quebrar um monte de tijolos empilhados, porque os tijolos op\u00f5em-se a ele com a resist\u00eancia da sua rigidez; entretanto, ele ser\u00e1 incapaz de partir um travesseiro de espumas, pois o mesmo se abranda, torna-se fofinho, n\u00e3o lhe oferece resist\u00eancia. “Se algu\u00e9m lhe obrigar a andar uma milha, ande duas com ele; se algu\u00e9m lhe roubar a capa d\u00ea-lhe tamb\u00e9m a t\u00fanica.”(Mateus V: 38-42). Portanto, n\u00e3o ofere\u00e7a resist\u00eancia – tenha paz. A paz foi, \u00e9; e ser\u00e1 sempre\u00a0o\u00a0ensinamento do meigo rabi da Galileia. Jesus evocava a paz no dia a dia, nos di\u00e1logos, no olhar, na SUA voz e exalava um perfume t\u00e3o especial que somente\u00a0ELE poderia exalar – o perfume da paz. Ao entrar em um lar – a paz esteja nesse lar – era a SUA sauda\u00e7\u00e3o; ou a paz esteja convosco.
\nJesus era um pacifista e recomendava: amar os inimigos; fazei o bem \u00e0quele que vos persegue. ELE foi v\u00edtima da viol\u00eancia, mas n\u00e3o reagiu, apenas agiu com a paz que LHE inundava a alma. Hoje n\u00f3s temos um mundo cheio de ensinamentos de Jesus, mas sem paz, porque a SUA mensagem est\u00e1 distanciada das rela\u00e7\u00f5es e a\u00e7\u00f5es pessoais, sociais e coletivas. Somos um mundo crist\u00e3o, mas distante do Cristo, pois cultuamos a SUA dor, o SEU sofrimento, a SUA morte, mas negligenciamos, ignoramos o SEU amor e a SUA paz.
\nN\u00f3s sempre temos a preocupa\u00e7\u00e3o de mudar as pessoas e o mundo, mas n\u00e3o mudamos os nossos conceitos, as nossas atitudes, o nosso comportamento. Desejamos encontrar a paz com mudan\u00e7as superficiais tais como: fazendo alimenta\u00e7\u00e3o vegetariana; pl\u00e1stica est\u00e9tica; muscula\u00e7\u00e3o; viagens para a Europa; nas badala\u00e7\u00f5es sociais. Quantas pessoas\u00a0s\u00e3o amarguradas, porque est\u00e3o plenas de superficialidades, buscando as algazarras do mundo para esconder os seus gritos de ansiedade, de dor, de tristeza; os gritos internos da alma doentia pelo cultivo das futilidades da vida.
\nFinalmente, o ESE nos faz entender que n\u00f3s n\u00e3o temos nem culpa, tampouco pecado, mas responsabilidades pelas a\u00e7\u00f5es que praticamos; e que o \u00fanico ant\u00eddoto da viol\u00eancia \u00e9 a paz.<\/p>\n
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